Excerto:
“Psicanalizar” a Inteligência Artificial ou pelo menos problematizar o conceito do ponto de vista psicanalítico foi o objectivo a que eu me propus nesta conferência. Por assim ser fui reunindo algumas questões que naturalmente falaram para mim… e que vos irei apresentar.
O que é a inteligência e como se liga ao funcionamento do aparelho psíquico?
Quais as consequências de isolar a inteligência, ou talvez mais concretamente, os aspectos cognitivos e racionais do contexto psíquico onde ela nasce?
O que é que a Psicanálise enquanto corpo teórico e clínico poderá dizer sobre esta separação (ou será antes uma clivagem no sentido psicanalítico do termo?)?
A Inteligência Artificial mimetiza o funcionamento da inteligência humana?
Se sim, o que significa transferir esta função(ões) para um sistema autónomo aos seres humanos, sobretudo, um sistema autónomo que é infinitamente mais célere do que nós?
O que dizer da ausência de corporalidade da Inteligência Artificial? E, ainda, da sua futura possibilidade de robotização?
O que é acontece à dimensão inconsciente neste processo de deslocamento da inteligência humana para um contexto artificial?
O que descobrimos se concebermos a IA como um objecto psicanalítico, portanto, não só como objecto de estudo psicanalítico, mas resultado do próprio desejo humano? Que leituras possíveis do ponto de vista freudiano, lacaniano e fairbairniano?”
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